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“Automação residencial, hoje, é primordial”, defende arquiteto

A chegada da internet à maioria dos lares brasileiros torna mais fácil a implantação de tecnologias; automação pode, inclusive, ajudar na prevenção de doenças como o coronavírus

Regular a iluminação dos cômodos, ter uma geladeira que envia sua lista de compras automaticamente ao mercado, fechar as cortinas usando apenas a sua voz, ligar e desligar remotamente eletrodomésticos é uma possibilidade que se torna cada vez mais conhecida com o avanço da chamada Internet das Coisas (“Internet of Things”, ou IOT, em inglês). Mas a automação residencial vai além do conforto e passa, cada vez mais, a ser um requisito nos projetos de arquitetura. E, diante, da atual pandemia do novo coronavírus, a automação pode auxiliar de forma eficaz na higienização residencial, contribuindo no combate à doenças infectocontagiosas.

 

“Com o cenário causado pelo coronavírus, compartilhar equipamentos como tablets, celulares, e controles remotos é um problema. Então, por exemplo, falar com um assistente de voz seguramente vai ser menos impactante do ponto de vista de contaminação. O comando de voz é interessante nesse sentido. Em alguns condomínios, você já tem também o reconhecimento facial como forma de entrada. Desta forma, não há necessidade de colocar a digital ou tocar em algum lugar onde muitos tocaram”, afirma José Roberto Muratori, diretor executivo da Associação Brasileira de Automação Residencial e Predial  (Aureside).

 

“Existe também um sistema de aspiração centralizada, a vácuo, que gera uma limpeza muito maior do que o aspirador convencional, contribuindo, além do conforto, para o bem estar”, explica Muratori. Além da higiene, outras vantagens mais óbvias da automação são: o conforto, a segurança proporcionada por câmeras e sistemas de alarmes, e a economia de energia gerada por um sistema integrado e inteligente.

 

É claro que a automação ainda não é algo disseminado a nível nacional em todos os lares, mas Muratori vê uma popularização do mercado com a chegada de agentes importantes como Google e Amazon. “Estas empresas têm lançado assistentes de voz e alguns eletrodomésticos inteligentes como ar-condicionado, que começaram a despontar. E são produtos que você pode ter na sua casa, e às vezes o morador decide parar por aí. Mas quando a demanda dele começar a aumentar, será necessário um projeto mais bem elaborado para fazer essa integração”.

 

Graças a estes aparelhos mais simples que têm aparecido no mercado, a automação residencial hoje pode ser realizada em diversos níveis, e sem a necessidade de obras pesadas, já que cerca de 75% dos lares brasileiros possui ao menos um dispositivo conectado à internet, como um smartphone (de acordo com dados do IBGE). “Hoje existem muitos sistemas sem fio, que são extremamente confiáveis e fáceis de serem instalados. Então qualquer casa ou apartamento pode ter uma automação com um mínimo de intervenção. Se for feito por um profissional, logicamente o resultado será melhor. Mas algumas coisas simples podem ser feitas pelo próprio morador. São medidas como comprar um abajur inteligente com comando de voz ou instalar uma fechadura eletrônica, por exemplo”, diz o diretor.

 

Para o arquiteto Wesley Lemos, à frente do Wesley Lemos Arquitetura & Design, o conceito de uma casa integrada já é algo que deve ser considerado prioritário. “Três pilares fazem parte da automação: o conforto, a segurança e a economia”, diz o arquiteto. “No item conforto, podemos oferecer iluminação, com cenários de luz para diversas ocasiões. Podemos também trabalhar o som em diversos ambientes da casa, além de oferecer salas de cinema e motorização das cortinas. No item segurança, já contamos com algumas camadas adicionais como portões e controles, além de sistemas que monitoram possíveis vazamentos hidráulicos e de gás”.

 

E qual o preço para aplicar toda esta tecnologia? A resposta, obviamente, depende do grau de automação desejado e, sobretudo, necessário, à rotina do cliente. Afinal, automação não significa instalar aparelhos em todos os cantos da casa, e, sim, pensar em formas de tornar as tarefas do dia a dia mais rápidas, eficazes e seguras. Por isso, o custo é bastante variável, começando, nos casos mais simples, em aproximadamente R$ 4 mil reais, segundo Muratori.

 

“O custo também está relacionado à personalização. Vivemos em um país que não produz tecnologia. Nossa tecnologia é comprada, o que dificulta o acesso e o consumo consciente desses equipamentos”, diz Wesley. “Mas, se você faz algumas concessões em um projeto, como usar um revestimento mais econômico, você pode alocar esses recursos para coisas mais essenciais. E eu acho que a automação, hoje, é primordial”.